Parece que o
tempo é veloz demais,
mas o tempo
não passa, CHAMA!
Entoa uma
canção de plenitude e,
sábia,
silenciosamente,
espera o
despertar da alma humana.
Como divindade, José Afrânio
cumpriu seu
tempo, fez-se imortal.
Foi-se o
homem, ficaram seus feitos,
sua “roda de
amigos”, suas marcas
humanas,
fraternas e de bom leitor/escritor.
Como Bragi - José Afrânio foi a taciturna
sabedoria,
incentivador
da leitura e da escrita,
protetor de
seus discípulos.
Em suas
críticas deixou “marcada a ferro”
a investigação
literária. Com olhar clínico,
contundente
e perspicaz delineou
um período
relevante tanto nos
estudos
literários como na dinâmica interna
da produção
cultural, seja brasileira, seja de Alvinópolis.
Portador do
diálogo entre autor/leitor ,
respeitador
das exigências literárias, José Afrânio bem soube
analisar e
contemporaneizar as leituras com um crivo
crítico de
inigualável valor.
Nosso amigo e
conterrâneo, José Afrânio,
trouxe em sua
imutabilidade,
a
transmutabilidade e o transcendental.
Esta dimensão
fascinante de José Afrânio
impôs a
inescapável vinculação
do texto à
realidade que, ao lhe preexistir,
estabelece as
condições de inteligibilidade solidária
na qual o
texto literário oferece
o seu dizer no
seio da cultura
de um literato
carregado de bucolismo.
Assim, José
Afrânio abalizou
sua caminhada
literária.
Como
mensageiro da trilogiamorosa
- Família –
Literatura - Alvinópolis-
deixou-nos
sorrateiramente,
por isso
perplexados, o vazio enche noss’alma
e a nós,
resta-nos somente trocar “versinhos”
de saudade e
gratidão, pois, agora,
José Afrânio
perfaz uma outra dimensão.
A morte parece
impossibilidade,
porque
tornamo-nos impotentes expectadores.
E a nós,
compete-nos pensar no plano
vivificado de
salutares lembranças.
José Afrânio,
os dobres dos sinos,
lá em cima,
cantam e
evocam todos
os arcanjos
a formar um
luminoso
sarau divino
a fim de lhe acolher.
No Congado o
Capitão faz a chamada.
Ruflam-se os
tambores, fitas coloridas
e pandeiros
acenam à Virgem
a prestar-lhe
esta singela homenagem:
“Virgem do
Rosário, Santa Poderosa,
Virgem do
Rosário, Santa Milagrosa,
Ela é uma rosa
, ela é formosa”.
Virgem do
Rosário, Santa “Poderosa.”
UM BREVE
ADEUS! ZÉ AFRÂNIO!