Lembranças do Quebra Cuia
Guilherme de Assis
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Usina do Quebra Cuia
Foto : Silvana Lima |
Ontem pela
manhã, dando uma geral pelos sites e blogs, fui surpreendido
pelo site do meu amigo Juninho, o Alvinews.
Deparei-me com
diversas fotos da Usina do Quebra Cuia em Alvinópolis e não
deu outra: passou um filme na minha cabeça.
Lembrei da
minha infância e boa parte da minha juventude, quando eu
passava minhas férias naquele lugar, jogando bola no gramado
em frente à usina com os meus primos Geovane, Lelei, Leandro
e tantos outros.
Enquanto a
gente batia aquela bolinha (eu mesmo não jogava nada), meu
pai Peixoto ficava sentado na ponte de madeira pescando seus
lambaris.
E como alguém
tinha que trabalhar nesta história, estava lá meu tio Adão,
operando as máquinas da Usina que geram até hoje energia
elétrica para a comunidade local e para Companhia
Siderúrgica Fabril Mascarenhas. Hoje nem gera mais tanta
energia para a fazenda, já que o presidente Lula beneficiou
as comunidades rurais com o programa Luz para Todos.
Quantas vezes eu levei almoço para meu tio Adão juntamente
com o seu filho Geovane na usina. Adão, por sinal, já deve
estar se aposentando. Quantas vezes nessas idas eu andava lá
por trás da usina para pegar goiaba e buscar bambu para
fazer pipa e nessas muitas aventuras, atravessava pontes de
mais de 20 metros de altura correndo. Hoje, se me mandarem
atravessar tais pontes, coitado de mim: não enfrento nem por
decreto.
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Ponte de madeira
Foto : Silvana Lima |
Pois então! Os tempos passaram e hoje Geovane trabalha na
usina. O ritmo vai seguindo para outra geração. Nada no
Quebra Cuia é mais como antes, já que algumas pessoas que eu
amava já se foram, que são meus avós Margarida Lima e
Antônio Guilherme, Véio Quebra Cuia, como era conhecido nos
quatro cantos de Alvinópolis. Mas aquele lugar ainda mexe
com os meus sentimentos.
Até hoje lá existem pessoas que fazem parte da minha vida,
que são meus tios e primos. Destaco meu tio Jesus e Mirian
que cuidam da sede da fazenda com maior zelo e recebem a
todos com muito carinho e alegria; do meu tio Toninho, Ana
Maria e meu primo Lelei, todos esses com residência em
Monlevade, mas que sempre gostaram daquele lugar.
Meu tio, em
toda folga na antiga Belgo-Mineira, pegava seu fusquinha
azul e seguia direto para roça. Em muitas vezes eu o
acompanhava na "viagem". Quando minha mãe falava que eu iria
para roça, de imediato fazia minha mala e nem dormia a noite
com medo de perder o horário, já que meu tio me buscava
sempre por volta das 5 da manhã.
Eu levantava
numa felicidade, com aquela disposição.
Hoje, se me
chamar 5 da matina dou até tiro.
Fico imaginando como as coisas mudam e concluo que a tese de
que nada nesta vida é para sempre é a mais pura realidade.
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Região da Usina do Quebra Cuia
Foto : Silvana Lima |
Hoje na nossa família não acontece aquele farto almoço do
Dia das Mães e Natal, naquele terreiro lotado de tios,
netos, sobrinhos e bisneto. Tudo acabou e resta à nova
geração, que são os filhos dos meus primos e os meus filhos,
futuramente, fazerem a parte deles e não deixarem esta bela
história se acabar.
Mesmo estando
mais ausente devido ao trabalho, faço minha parte e sempre
que posso vou para minha boa terra Quebra Cuia,
principalmente no carnaval, já que Alvinópolis vira a
Sapucaí quando o assunto é a maior festa do país.
No mais, um
forte abraço para todos e até a próxima com a bênção de
Deus. Amém aleluia!
Guilherme
Assis é alvinopolense e jornalista da Assessoria de
Comunicação da Prefeitura de João Monlevade
Blog
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