Meu finado primo Neca, filho de Lilito Massa e Vera Prímola, contou este
caso que ocorreu entre a Fazenda Cristal e o distrito rural de nome Gravatá,
separados por aproximadamente 3 km de distância.
Fiote, nascido no Gravatá, um rapaz de aproximadamente 18 anos, criado como
trabalhador rural, alto e forte, nunca havia calçado um sapato, sandália ou
coisas do gênero. Só andava descalço.
O lugar mais distante que havia
visitado era o município de Alvinópolis, 6 km de distância. O maior
prazer do rapaz ao visitar a sede do Município era chupar picolé no Bar de Muado, na praça do Gaspar.
Os pés do rapaz pareciam mais uma sola de chinelo, duro e resistente a
qualquer coisa. O trabalho que desempenhava era roçar pasto,
limpar curral, tratar de porco e andar muito.
Imagino que problemas cardíacos tão comuns no mundo sedentário que vivemos
não deveriam acometê-lo facilmente.
Um dia Fiote havia trabalhado até do por do sol.
Na escuridão da
noite saiu da Fazenda Cristal e caminhou até o Gravatá. Havia uma cobra na
estrada a espera de qualquer coisa que passasse por perto.
Foi então
quando o réptil deu o bote no calcanhar do jovem trabalhador rural, que nada
percebeu e continuou caminhando tranquilamente até o Gravatá.
Naquela época só havia luzes de lamparinas o que tornavam às residências
pouco iluminadas. Tampouco o trabalhador rural tinha o hábito de tomar
banho após exaustivo dia de trabalho. Fiote chegou em casa, jantou e foi
dormir.
Quando acordou no outro dia, levantou e encontrou sua mãe
aterrorizada gritando que havia uma cobra com a cabeça esmagada e
presa ao calcanhar de Fiote.
Coitada da cobra, não teve nenhuma chance com a sola do pé de Fiote.
Juninho Sá é alvinopolense e atualmente reside em Vitória – ES.
Contato : fsa@samarco.com