FESTIVAL DA MÚSICA EM SETE LAGOAS - MG -
DEZEMBRO/1981
A 3a. grande decepção - não havia
entrosamento, muita dispersão na "big city".
O
próximo evento que o VERDE TERRA participaria era em
Sete Lagoas, cidade localizada a cerca de 70 km de
B. Horizonte. Para mim foi outra cidade que não
conhecia e procurei me informar a respeito da bela e
moderna Sete Lagoas e seu turismo rotineiro,
principalmente de pessoas que vem de Brasília e do
Planalto Central e param para descansar, pernoitar
antes de chegar em BH, pela BR-040.
Da
mesma maneira de outros lugares, alguns integrantes
vieram de Alvinópolis, através do ônibus da Lopes e
Filhos, saindo de lá às 15:30 hs de uma sexta-feira.
Chegando em BH, embarcamos no tradicional ônibus
Setelagoano (completamente lotado) em direção à
cidade. Chegamos lá, por volta das 21 horas e fomos
direto para o local do evento (Clube Náutico). Nem
tivemos tempo de passar o som e ensaiar, como de
costume em festivais.
E
já começamos a tomos os goles que estavam no cantil
pouco antes de começar o festival. Não houve tempo
adequado para irmos ao hotel tomar banho, fazer um
ensaio acústico e acertar pequenos detalhes vocais.
Apresentamos duas músicas: "Interior" e " Nós, os
Loucos" e acreditem: nem fomos para a final.
Justamente com essas canções vencedoras em outros
festivais. Foi a maior decepção do grupo. Também
acho que bebemos demais antes da apresentação; não
ensaiamos, não tivemos contato com o pessoal da
organização, não conhecemos outras pessoas.
Estávamos como "estranhos no ninho". A galera local
e outros da região fizeram muito festa com a
classificação.
 |
Verde
Terra na Estrada.
Rogério, Manoel, Ronaldinho, Marcos,
Simões e Jovelino.
Foto do
acervo do Manoel. |
Após o resultado e da não classificação, "enchemos"
a cara e fomos dormir num hotel simples. E alguns do
grupo brincando com relação à letra da música "Nós,
os Loucos".
"-
Nós, não somos loucos nada é que sabemos sonhar"...
e as gozações de sempre.
Tivemos um pequeno prejuízo, pois não ganhamos nada,
e transporte, alimentação e hospedagem, cada um se
virou. No outro dia, bem cedo pegamos o ônibus para
BH e às 7:15, o tradicional Lopes e Filhos. Voltamos
chateados para Alvinópolis e com muita ressaca.
Assim, terminou-se outro ano, 1981. Apesar das duas
decepções (Caratinga e Sete Lagoas), o saldo foi
altamente positivo, pois tivemos duas vitórias
expressivas: João Monlevade e Alvinópolis, além de
outros bons resultados como vice-campeonato e 3o.
lugar em outros festivais, e principalmente o
reconhecimento da qualidade das músicas do Verde
Terra em diversas cidades do interior mineiro.
Passamos mais um "réveillon" muito alegre e
descontraídos em Alvinópolis e comemoramos bastante
no clube Alvinopolense. Compramos uma champanhe bem
grande, onde todos do grupo tomaram na virada do
ano. Foi outra festa dupla. Semanas antes em 19/12
de 1981 foi a formatura minha, do Marcos e do Dico
no Curso de Contabilidade da Esc. Estadual Prof.
Cândido Gomes. Também teve um baile super legal no
dia. Coisa rara de acontecer hoje em Alvinópolis.
Agora, sobre o Verde Terra, o grupo passaria nesse
período por mutações, indefinições, interrogações,
principalmente devido ao futuro dos integrantes.
Alguns sairiam de Alvinópolis para estudar,
trabalhar. Eu tentei vestibular em Viçosa
(Janeiro/82). E não fui aprovado. Também já
pensava em mudar para B.Horizonte, assim outros do
grupo também.
O Verde Terra ficou um
pouco "fechado" para balanço e reciclagem. Também
esse período de Janeiro até Março não havia
festivais nas cidades mineiras.
Às vezes uma pausa é
sempre bom para aliviar as tensões, refletir e
redirecionar os caminhos e traçar novos objetivos.
Acho que essa parada
foi benéfica.
No próximo capítulo
falarei um pouco mais do Festival de Monlevade em
1982.
Bom festival de
Alvinópolis a todos.