FESTIVAL DE
CONGONHAS - OUTUBRO/1982
Um vice, com sabor de primeiro lugar
Néo Gemini
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Verde Terra no festival de 2009.
Joãzinho, Ronaldo, Jovelino, Marcos, Manoel e
Carlinhos Gipão.
Foto : Gjunior |
Após a tristeza da derrota (5. lugar sem prêmio), no
festival de Alvinópolis em Outubro/82, o Verde Terra, aos
poucos foi voltando à rotina. Muitos disseram prá gente na
cidade;
Perder faz parte de qualquer disputa.. Levantem a cabeça e
bola prá frente "...
Eu apesar do resultado de Alvinópolis, estava até um pouco
feliz; havia sido "promovido" para o contrabaixo, fiz minha
estréia lá , no festival que aconteceu no Alvinopolense.
Creio que o grupo ganhou uma sonoridade mais pesada. Uma
"cozinha" que, juntamente com a galera que tocava percussão
segurava bem os acordes das belas melodias do grupo.
Baixada a poeira, esquecemos aquela decepção na nossa terra
e inscrevemos algumas músicas no Festival de Congonhas que
aconteceria no final do mês na histórica cidade de Minas. E
também havíamos conquistado o 3o. lugar lá em 1981, ano
anterior e todos gostaram muito da cidade. Não me lembro as
músicas que inscrevemos. Apenas as clas-sificadas para a
eliminatória que seria num sábado: "Colheita", um baião que
fala sobre a rotina de uma pessoa que trabalha no campo,
plantando seu sustento. E a conhecida marcha rancho
"Interior", que fala da rotina de uma tranquila cidade do
interior, e o desejo de um morador em voltar para viver lá,
esquecendo os transtornos da grande cidade.
Sobre o festival de Congonhas, novamente foi realizado no
Cine Leon, bem na praça principal. Um cinema tradicional e
bem aconchegante com uma boa acústica. Agora já éramos bem
conhecidos lá, devido ao sucesso do ano anterior. Muitas
garotas chegaram junto, querendo "rolar a mexerica" com os
integrantes do Verde Terra. Tinha uma que ficava
acompanhando grupo, até levou a gente para conhecer os
familiares, almoçamos lá e juntamente com as amigas gritavam
durante a apresentação. O Ricardão até colocou o apelido
nela de "Estógina". Eu também me envolvi com uma pessoa de
lá, aliás de uma cidade vizinha. Foi aquela "atração à
primeira vista". Coincidentemente ele fazia aniversá-rio
junto comigo. E namorava há cerca de 4 anos com uma pessoa
de lá. Ainda bem que tinha muitas amigas por perto, e
soubemos desviar para não haver tumultos e confusões..
As desculpas apareceram para tirar o foco daquele momento. E
também muitos bebiam...
Também, na adolescência não medimos muito nossos atos..
Voltando às garotas de lá, é uma coincidência também como
diz o querido amigo Marcelo Xuxa, lá tambem elas "gostam de
rapaz de fora"...
Voltando ao festival, ficamos no mesmo hotel do ano
anterior, na praça, em frente ao cinema, local do festival.
Conhecemos várias pessoas e ficamos amigos do pessoal do
Grupo Força", de lá, que também estava participando do
festival. A música "Nós, os Loucos", que tocamos no ano
anterior fez muito sucesso entre as pessoas e tivemos que
tocá-la em barzinhos, casas e praças de lá.
A apresentação das duas músicas na sexta foi boa. Apenas
"Interior" classificou para a final, que seria no sábado.
Fizemos aquele carnaval na praça prá comemorar. Muita gente
não dormiu direito por lá. Também fazia muito calor.
No sábado pela manhã, alguns acompanhados de suas
"namoradas" foram passear no centro histórico, conferir as
obras de Aleijadinho, subindo as ladeiras daquela cidade;
ex-celente exercício para manter a forma. Depois o almoço, o
descanso, para fazer uma boa apresentação na final, que
seria à noite.
A expectativa era boa. Principalmente após a ótima
apresentação de "Interior". Queríamos o 1o. lugar. Mas na
divulgação do resultado conquistamos o vice, ou seja o 2o.
lugar.
Mesmo assim, fizemos aquela festa. Estávamos todos no hall
de entrada do cinema quando foi anunciado. "Em 2. lugar,
"Interior", com o grupo VERDE TERRA, de Alvinópolis.
Na apresentação todos cantando o refrão, "Interior, no meu
peito é mais que saudade, interior moradia da felicidade...
E saímos para comemorar pelas ruas da cidade.
Como haveria
uma festa no dia seguinte para entrega de prêmios e troféus,
muitos inte-grantes do Verde Terra vieram embora. Eu e o
João Carlos, aliás bem acompanhados, e fazendo uma dupla com
duas amigas da cidade, ficamos para receber as homenagens,
que seria num clube, localizado no calçadão, no centro da
cidade, perto do Cine Leon.
No hotel à tarde, fiquei preocupado pois não sabia tocar a
música (ainda) que venceu.
Apenas "Nós, os Loucos", de qualquer maneira ensaiamos essa
para qualquer dúvida...
A cidade lá, a noite estava agitada, pois teria comício de
um dos candidatos a prefeito.
Aliás naquela eleição eu votei pela primeira vez.
Durante a entrega dos prêmios eu o João Carlos nos
desculpamos e tocamos então "Nós, os Loucos", que fez muito
sucesso e o pessoal lembrou do ano passado. Eu toquei e ele
cantou junto comigo, fazendo os vocais. Ficou muito legal.
Foi uma emoção diferente.
O clube estava cheio, e autoridades da cidade e região
estavam presentes na cerimônia de premiação. Eu e o João
Carlos tivemos que distribuir autógrafos para os fãs do
grupo.
Praticamente ficamos direto, pois viajaríamos no outro dia
bem cedo, 5 30 da manhã, para pegarmos o ônibus de 7 15 da
manhã para Alvinópolis. Quando chegamos no hotel, um pouco
bêbados e muito felizes eu deixei o trofeú cair e quebrou
uma "asa" dele. Fiquei triste, Mas valeu demais.
Na viagem para BH (viação Sandra), apesar do cansaço, muita
alegria e a certeza que divulgamos (novamente) o nome de
Alvinópolis em outra cidade, com sua cultura.
Ao chegar em Alvinópolis, aquela festa (à noite) no Nick's,
quando dividimos o dinheiro do prêmio e tocamos violão,
fazendo uma confraternização legal.
Congonhas trouxe muita sorte, alegria e felicidade para os
verde-terranos.
Abraços a todos.
Neo Gêmini
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