Mas, enfim, chegou a grande
final do Festival, de 1980.
Das 20
músicas que seriam apresentadas no domingo, quatro eram do
Verde Terra.
Haviam
três do grupo Estrada de Governador Valadares e quatro do
grupo de Itabira, interpretadas pelo grande cantor Toni
Primo.
O público
comentava que dentre essas sairia a
vencedora.
Nossa
apresentação foi muito boa, fomos bastante aplaudidos e teve
até coro de "já ganhou", após tocarmos "Nós, os Loucos".
Outra que
o pessoal gostou muito foi "Serenata".
Após muita expectativa, todos do grupo já estavam ansiosos,
alguns bastante bêbados.
E o resultado, como esperado, ficou entre as músicas de
Valadares, Itabira.
O grupo de Itabira ganhou o 1o. lugar
com "São Francisco de Minas" e ainda o 5.
lugar
O grupo de Valadares ficou em 2o. e
4o.
E Nós, os Loucos" faturou o 3o.
lugar.
Prá gente foi um ótimo prêmio. Primeiro festival e de cara a
medalha de bronze.
Além do belo prêmio em dinheiro, tipo hoje 600 dólares ou
1250,00 reais, e um belo troféu.
O prêmio foi pago na moeda da época, o cruzeiro.
Após o anúncio, fizemos um grande carnaval no colégio e
posteriormente aquele sambão no Nick's, puxado por Dico e
toda galera.
Apenas um fato desagradável: o desaparecimento de nossas
duas flautas doces, (barroca)
que compramos com dinheiro das vendas de jornais, litros
velhos e revistas e colaborações de amigos e familiares.
Mas com o dinheiro do 3o. lugar, compramos alguns
instrumentos: uma viola de 12 cordas para ajudar nos
arranjos das músicas regionais e outros instrumentos menores
de percussão, muito importantes para participação em futuros
festivais.
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Show do
lançamento do LP "Nós os, loucos".
1987,
Clube do Industrial, um sábado com casa cheia |
Durante o fim de Julho e o reinício das aulas, ficamos
bastante orgulhosos pelo carinho dos amigos, tanto no
colégio, nas ruas, entre familiares, etc..
O festival foi um dos melhores dos últimos anos e
conquistamos um prêmio, competindo com músicas de qualidade.
XI FEMPOC - Festival de Música em Caratinga- MG
Setembro/1980
A primeira viagem do grupo - pela lógica o 1o. lugar, mas e
a "marmelada", a tentativa de suborno..
Entusiasmados e felizes, fizemos a inscrição em Caratinga,
por indicação de minha prima Lieda Vasconcelos e do
estudante Cleber Ribeiro (Clebinha) que faziam faculdade lá.
Inscrevemos quatro músicas e três foram classificadas: "Nós,
os Loucos", e as novas "Colheita e "Bumba meu boi"
Passamos por dificuldades em relação ao transporte. Com a
ajuda de algumas pessoas, familiares, e principalmente o
saudoso e querido Padre Joaquim (Pe.
Bento), conseguimos algum dinheiro e fomos em dois carros.
Um era o fusquinha do meu pai, dirigido por Chiquinho, um
mecânico da cidade. O outro era o carro do pai do Marcos,
dirigido por Vicente da rua de baixo
Tivemos que pedir dispensa do desfile de 7 de Setembro no
Colégio, que aconteceria no domingo, 07/09.
Na quinta à noite, (04/09) fizemos o último ensaio no
Industrial e as canções ficaram ótimas.
Ficamos
animados com nossa primeira
viagem para nos apresentarmos em
outra cidade.
Fomos para Caratinga na sexta, 05/09, bem cedinho, passando
por Vargem Linda (estrada de chão) para encurtar o caminho
até a BR 262.
Finalmente chegamos em Caratinga e procuramos o pessoal do
centro dos Estudantes, que organizou o evento, para saber
detalhes de apresentação, ensaios, alimentação etc.
Resolvemos nos hospedar num hotel central, pois o alojamento
oferecido não passava de um quarto vazio, com alguns bancos.
Não tínhamos cobertor, nem roupas de cama....
Também, cada um levou uma graninha extra, para essas
"emergências" e conforto.
Passeamos pela cidade e fizemos um pequeno ensaio no hotel.
O local do festival era o tradicional Cine Itaúna, um dos
mais antigos do interior de Minas, com
capacidade para 3.000 pessoas sentadas, e que estava lotado
na sexta, quando tocaríamos as 3 músicas.
Nós abrimos o festival com "Bumba meu boi" e fomos muito
aplaudidos.
Depois "Nos, os loucos" e aí a platéia ficou enlouquecida e
começou a nos observar mais, muitos aplausos e até um tímido
"já ganhou", quando descíamos do palco.
A próxima música, o baião "Colheita" , também muito bem
tocada, foi a consagração total e o apoio do público.
Detalhe
desse festival: contávamos com um importante observador e
orientador: o João Carlos Souza Carvalho (Joãozinho) ,o
popular "Gão", que também acompanhou a gente na viagem,
mesmo não fazendo parte (ainda) do VERDE TERRA.
Ele era funcionário da Prefeitura de Alvinópolis e
organizador dos festivais de nossa cidade.
Classificamos as duas músicas, "Nós, os Loucos" e "Colheita"
para a final, que seria no sábado (dia 06/09) e pelos
comentários, estávamos na frente da contagem geral com "Nós,
os Loucos".
Após a classificação para a final, foi aquela festa em um
barzinho, na entrada do cinema. A galera se enturmou e todos
ficaram de paquera com as meninas da cidade. Eu arrumei uma
namorada, bonita, mas que tinha o nariz um pouco grande.
Surgiram algumas brincadeiras de
colegas do grupo e ela não gostou muito.
No sábado, acordamos, tomamos um bom café no hotel e fomos
curtir a cidade, o coreto na praça central; muito legal para
namorar. Eu e o Jovelino fizemos uma "dupla de área", com
duas colegas. Havia acabado de conhecer uma e apresentei a
amiga para o "Juvilìnio"
Estávamos felizes, quando à tardinha tivemos uma decepção.
Um fato
lamentável aconteceu no hotel, antes de irmos para o Cine
Itaúna.
Esse fato
nos abalou bastante.
Um dos produtores do festival, que se dizia fazer parte do
Clube dos Estudantes, foi até um dos quartos, pedindo a
turma para que se reunisse com ele.
Ele fez a seguinte proposta: dava o 1o.
lugar para gente (20 mil cruzeiros e troféu), desde
que esse valor fosse dividido com ele: ou seja ele
embolsaria 10 mil cruzeiros e nós, o mesmo valor.
Depois de muita conversa, com todos um pouco assustados e
também com a orientação do João Carlos, decidimos não
aceitar aquela falcatrua.
Estaríamos pactuando com um desonestidade, justamente
naquele momento, nossa 1a.
viagem. E todos tinham na faixa
de 16 anos. Tivemos que até pedir autorização judicial para
fazermos aquela viagem.
Ninguém do grupo aceitou aquela proposta indecente.
Sendo assim, após o jantar, de cabeça ainda abalada fomos
para o festival, um pouco desconfiados, mas acreditando na
honestidade dos jurados, para participar da grande final do
sábado.
No próximo capítulo o desenrolar deste Festival.
Abraços a todos