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Anos 70.
O Industrial enfrentou a equipe
profissional do Atlético Mineiro.
Da esquerda para a direita.
Em Pé: Chico, Orlando, Sabará,
Climaldo, Edson, Cláudio, Humberto Ramos, Roberto, Tim, Romeu, Adilson,
Bacalhau, Vigilian
Agachados: Ademir, Ary,
Cutia, Geraldo, Zito, Padre, Doca, Juca, Hélio, Bené, Moreira, Tião.
Foto : Arquivo Ênio
Alvernaz
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O jogo
do título da liga da LERP de 1979.
Outro jogo inesquecível
foi a final do Campeonato da Liga Esportiva de Rio
Piracicaba de 1979.
Na final estavam o
Industrial e o Sport de Dom Silvério.
Nos dois primeiros jogos
da final, 2 empates, um em cada cidade.
A decisão foi para o
terceiro jogo em campo neutro, na sede da Liga, em Rio
Piracicaba.
Nivinho Carvalho, atacante
do ISC, lembra bem desta partida.
Segundo ele, num jogo
muito difícil, o Industrial saiu na frente com um gol de
Bené.
O Sport empatou.
O jogo foi muito nervoso,
com as duas equipes jogando duro.
Ao final do tempo normal,
permaneceu o empate.
Conforme o regulamento da
época, prorrogação e pênalties seriam as próximas
etapas.
Na prorrogação, logo no
início, gol do Sport.
O Industrial partiu com
tudo e num lance com o volante Índio do Sport, Nivinho
cortou o supercílio, foi atendido, e voltou para a
partida.
No finalzinho do segundo
tempo, num cruzamento de Tiririca, Vantuil raspou de
cabeça e levou o jogo para os pênalties.
Numa tarde inspirada,
Tiãozinho defendeu 3 pênalties e decidiu o jogo para o
Industrial.
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Ao
lado de Raul Plasman, ex-goleiro do Cruzeiro,
o
herói da final de 1979, o goleiro Tiãozinho.
Foto : Mauro Sérvulo |
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Equipe campeão de Liga
de Rio Piracicaba em 1979.
Nessa foto o jogo da
entrega das faixas.
A grande final
disputada com o Sport de Dom Silvério.
Em pé : Dairin (Técnico),
Tiãozinho, Laércio, Cosme, Vantuil, Branco, Zé Resende, Jorginho,
Moreira.
Agachados : Bené,
Tiririca, Didi, Linha, Piniquim, Nivin, Ênio, Zezé Juquinha.
Foto: Mauro Sérvulo |
Foi uma festa geral na
cidade, uma tarde realmente marcante.
Após o
jogo, os jogadores comemoraram na sede do clube.
Veja
algumas fotos.
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Na
foto a torcedora símbolo do Industrial, Detinha,
com o troféu do título do Industrial de 1979. Ela é mãe
dos jogadores Cosme, Jorginho e Marquinhos. Na
foto carrega o Cristiano Simões, ao lado seu
irmão Luciano.
Foto do acervo pessoal do Cosme. |
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Comemoração do título de 1979.
Zé Rezende, Detinha, Cosme, Nivinho, Zezé
Juquinha e Tiririca.
Foto: Acervo pessoal do Cosme. |
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Comemoração do título de 1979.
Em pé: Tiririca, Wantuil, Jorginho,
Cosme, Detinha, Afonso.
Sentados : Branco, Zé Rezende, Ciro,
Marquinhos.
Foto: Acervo pessoal do Cosme. |
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Dairim, Zezé Juquinha, Afonso e Ademir.
Foto: Acervo pessoal do Cosme. |
Jogos memoráveis anos 80
Em 1985, no
Campeonato da Zona da Mata, aconteceram jogos inesquecíveis
do Industrial. Naquela época, eu tinha 12 anos e sempre ia
nos jogos, acompanhado por pai (Magela), Ary, Rossine e
Bené, que jogava de ponta esquerda no time. A cada final
de semana a gente ia num carro, já que as estradas, na
sua maioria, eram de terra.
Um dos jogos que mais me marcaram,
apesar da pouca idade, foi um mata mata
contra a equipe do América de Amparo do Serra.
Na primeira partida, em
Alvinópolis, o Industrial venceu por 1 a 0, gol polêmico do
Cosme, ajeitando a bola marotamente com a mão.
No jogo de
volta, em Amparo do Serra, foram 2 ônibus de Alvinópolis.
Nós também fomos, como de costume.
Chegando a
cidade um verdadeiro clima de guerra. Foi uma partida muito
difícil, sendo que logo no primeiro tempo, um penalty
caseiro foi marcado e a equipe da casa saiu na frente. Todo
o segundo tempo foi de pressão do Industrial, mas nada
passava pelo Leôncio, grande goleiro da região de Ponte
Nova.
No finalzinho
do jogo, numa jogada do Piniquinho, penalty para o
Industrial.
Nós da
torcida, que já estávamos sendo alvejados por mamuchas de
laranja, saindo de fininho, voltamos com força total.
Maroca,
reforço azul trazido por meu tio Afonso de Monlevade, bateu
com categoria, empatando a partida e decretando a
classificação azul.
Foi uma festa
geral, no campo e depois no retorno pra Alvinópolis.
Mais uma
etapa difícil vencida pelo Industrial.
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Time
Campeão da Liga Regional da Zona da Mata de
1985.
Em
pé: Aluízio (Diretor), Sabará, Laércio,
Didi, Maroca, Jorginho, Nequinha, Tó(Massagista).
Agachados : Dairim (Treinador), André, Luiz,
Piniquinho, Cosme e Carlinhos.
Foto: Acervo pessoal do Cosme. |
Já para o Cosme,
centroavante daquele timaço de 1985, o jogo inesquecível
foi contra o Independente em Guaraciaba.
Num campo pequeno e
lotado, uma buzina de caminhão ficava tocando o tempo
todo, ligada num compressor. Ao mesmo tempo muitos
foguetes, formando um verdadeiro caldeirão.
No início do jogo o
Juventus saiu na frente.
Ainda no primeiro tempo,
num escanteio, um bate rebate na área, o zagueiro Jorginho, irmão de
Cosme, e que formou uma grande dupla de zaga com Luiz Bocão, empatou num forte chute de
"sem pulo". Um gol
muito importante no triangular final, que foi decisivo
para o título do Industrial.
Para registrar esse
momento, conseguimos no acervo pessoal do Cosme a foto
abaixo, que mostra o momento exato do gol do Industrial,
onde Jorginho vibra com a camisa 2. Didi com a 11 e
Maroca com a 10 comemoram junto.
Momento pra ficar marcado
na história do clube.
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Industrial
1
x 1Juventus em Guaraciaba - 1985
Triangular final do campeonato.
Momento do
gol de empate, marcado pelo Jorginho.
Foto do
arquivo pessoal do Cosme. |
A maior
conquista
Campeão
da Zona da Mata de 1985
 |
Jornal de Ponte Nova – Ano 4 – Número 141
18
a 24/01/86. |
Um dos feitos mais brilhantes
do Industrial foi em 1985, com a conquista do Campeonato da
Zona da Mata, reunindo equipes de Ponte Nova, Mariana, Ouro
Preto, Viçosa, Guaraciaba, Amparo do Serra, Abre Campo,
Urucânia, Jatiboca, dentre outras.
Vejam como
ficou a classificação deste Campeonato e os times
participantes.
Regional 85 –
Classificação Final
Industrial 28
pontos.
Juventus de
Guaraciaba 25
1º
de Maio de Ponte Nova 24
Atlético de
Viçosa , Aluminas de Ouro Preto 22
Jatiboca 19
Grêmio de
Urucânia 18
Abrecampo 17
América do
Serra 15
Gramense 13
Santacruzense
13
Ferrense 12
Palmeirense 11
Barralonguense,
Serriocasquense, Anna Florência 9
Saudense e
Operário Rio Doce 8
Independente
e Operário Raul Soares 7
Municipal 1
A campanha
Para ser
campeão a equipe disputou 22 partidas, incluindo as do 1º
de Maio **.
Obteve 11
empates, 10 vitórias e 1 derrota, que pode ser contestada.
Seu ataque foi
o mais positivo, marcou 45 gols. Sua zaga levou 18 gols, o
que dá um saldo de 27.
Acumulou 31
pontos ganhos (2 pontos por vitória) e 13 perdidos, tendo
ainda o artilheiro da competição, Piniquinho com 12 gols e
Cosme em terceiro, com 10 gols.
O vice
artilheiro foi Edmilson com 11 gols.
Uma campanha
digna do Supercampeão de 85/86.
1º
Fase
Gramense (
1x1, 2x2)
Grêmio de
Urucânia ( 1x1, 1x1)
Abre Campo
( 1x1, 2x2)
Operário
Rio Doce ( 7x0, 1x0)
Municipal
de Ponte Nova (5x0, 3x0)
Palmeirense (2x1, 2x3)
2º
Fase
Jatiboca
(1x1, 2x0)
América do
Serra (1x0,1x1)
3º
Fase
Juventus
(1x1,1x1)
Aluminas
(4x1,4x0)
Primeiro
de Maio (2x1,0x0)
(Fonte :
Jornal de Ponte Nova).
(** No
triangular final, estavam classificados o Industrial, o
Juventus e o 1º
de Maio. O Aluminas entrou na justiça e conquistou no
tapetão a vaga do 1º
de Maio, mesmo com o triangular em andamento. Após 20 dias
parado, o campeonato retornou com o Aluminas enfrentando o
Juventus e o Industrial. Com um empate entre Juventus e
Aluminas, o Industrial venceu as 2 partidas e se sagrou
campeão. O detalhe importante é uma das partidas mais
difíceis para o Industrial foi o empate de 0x0 com o
Primeiro de Maio, que foi uma verdadeira guerra em Ponte
Nova, com expulsões e a torcida atirando pedras nos
torcedores celestes.)
O time titular é formado por
Nequinha, Laércio, Jorginho, Luiz Bocão e Sabará.
André, Maroca, Piniquinho e Didi/Tina. Carlinhos
Bezerra e Cosme.
O treinador era o Adairinho.
Abaixo
transcrevemos a contracapa do
Jornal de
Ponte Nova – Ano 4 – Número 141
18 a 24/01/86,
com todos os detalhes da conquista deste inesquecível título
O grande
campeão do futebol regional
 |
Industrial no jogo contra o Primeiro de Maio em
Ponte Nova pelo triangular decisivo do
campeonato.
Em
pé : Adairim (treinador), Nequinha, Jorginho,
Maroca, Didi, Laércio, Bené, Melão, Branco e
Tião de Bibica.
Agachados : Sabará, Tina, Luiz, Cosme, André,
Marquinhos, Piniquinho, Ênio e Carlinhos.
Foto do acervo pessoal do Cosme. |
Depois de uma
campanha memorável, mostrando incrível estrutura dentro e
fora dos gramados, o Industrial de Alvinópolis fez renascer
a alegria do futebol-competição, aliando ingredientes
indispensáveis para encher os olhos dos torcedores, como
força e criatividade, até suplantar 20 equipes de diversas
cidades da região e levar o cetro máximo do futebol regional
para sua bela cidade.
Do
goleiro aos reservas, da torcida aos dirigentes, o
Industrial apresentou no regional promovido pela LMD de
Ponte Nova indiscutíveis méritos para conquistar o título,
desde sua bela presença na primeira fase até a goleada
histórica sobre o Aluminas de Ouro Preto na grande final,
pelo marcador de 4 a 0.
Mais que isto : o Industrial trouxe, com sua notável
participação, novo alento e novas esperanças de uma retomada
do crescimento deste esporte que fascina os brasileiros, e
que andava tão decadente na região.
Acrescente-se a isto tudo, a perfeita sincronia existente
entre o clube e a Cia. Fabril Mascarenhas, que emprega 90%
dos atletas da equipe, repassando ao clube, através de sua
associação de empregados, recursos necessários a manutenção
do estádio, quadras e materiais esportivos, evidenciando que
é importante, até fundamental, a participação da iniciativa
privada no apoio e estímulo ao esporte.
Ao
inserir nesta página matérias que mostram um pouco do que é
o Industrial e de quem são seus atletas, dirigentes e
colaboradores, o Jornal de Ponte Nova abre espaço para
cumprimentar um a um dos alvinopolenses pela conquista e,
acima de tudo, pelas lições de garra, organização,
criatividade e amor ao esporte.
O técnico dá a
receita para ser campeão
 |
Adairinho, treinador campeão de 1985.
Foto do Jornal de Ponte Nova |
“Disciplina em
primeiro lugar”.
“Gosto de
jogar fechado, partindo em contra ataques pois mantenho à
frente apenas um centroavante e um ponteiro... a sequência
de jogadas que me aponta qual ponteiro devo recuar.”
Estes são
alguns dos pontos da filosofia de trabalho do treinador
campeão do Industrial, Adair Carvalho de Figueiredo, de 49
anos, nascido em Alvinópolis que, recebendo a reportagem do
JPN em sua bela residência com muita cordialidade,
trouxe-nos pouco depois uma grande caixa contendo fotos,
faixas, medalhas e recortes que marcaram a vida deste herói
anônimo do futebol interiorano, cuja capital regional hoje é
Alvinópolis, pela conquista brilhante do Industrial.
Adair, que tem
preferência por Ênio Andrade para dirigir a seleção
brasileira, é um colecionador nato de títulos e teve grande
passagem na região como atleta.
Ele considera
como partida mais difícil a contra o Juventus (1 x 1), em
casa, por questões de arbitragem.
Considera
também que a partir da partida contra o Jatiboca, quando a
equipe chegou ao ápice da preparação física e técnica,
tínhamos certeza de que chegaríamos a final.
Entre um
cafezinho delicioso e um bom papo com o Aluízio, gerente
geral da Fabril, Adair contou como preparou inversões de
jogadas, com Cosme caindo pelas pontas, ou o ataque maciço
com cinco atletas quando a situação assim o permitia ou o
jogo da paciência, em contra ataques.
Adair, calmo, firme e decidido, recebe aqui as homenagens do
JPN como um dos grandes artífices da vitória límpida e
cristalina do Industrial, que em todo o torneio, com 27
equipes, teve apenas uma derrota.
Vejam também
clicando no nome em destaque, a primeira entrevista do
Alvinews, com o grande treinador
Adair Carvalho de Figueiredo, o famoso
Adairim,
o treinador mais vitorioso do futebol
Alvinopolense.
 |
Piniquinho e Cosme
Craques que comandaram o Industrial em 85.
Foto do acervo pessoal do Cosme. |
Conheça um
pouco daqueles que trabalharam pelo sucesso do time de
Alvinópolis.
Falar do
Industrial sem mencionar a Cia Fabril Mascarenhas é
impossível, porque a história do clube e da empresa se
confundem.
Da mesma
maneira que a Fabril é responsável por 80% do ICM recolhido
pela municipalidade, originário da atividade da fábrica, é a
companhia que tem uma folha de pagamento mensal de 900
milhões de cruzeiros, e um faturamento mensal de 15 bilhões
de cruzeiros, a empresa que emprega 90% dos atletas do clube
campeão, oferecendo-lhes dependências físicas e condições
psicológicas para uma dedicação plena a prática sadia do
esporte.
Aluízio Rodrigues, gerente geral da Fabril, conta entretanto
que não se pagou um centavo a qualquer atleta, já que ainda
impera o amor à camisa, a garra e vontade de lutar.
A
Cia Fabril Mascarenhas, que nasceu na “Freguesia de Paulo
Moreira”(Hoje Alvinópolis) a 14 de junho de 1887 – portanto
preparando-se para comemorar no próximo ano o seu centenário
– teve como primeira razão social “Companhia Industrial
Paulo Moreirense”. Era, pouco antes, a Fábrica de Tecidos do
Rio do Peixe, sempre, com atividades relacionadas a
tecelagem do algodão.
Hoje, com a diretoria formada pelo Presidente Dr. Fábio
Vieira Marques; Júlio A. Mascarenhas (Diretor Executivo);
Reinaldo Monferrari (Diretor Comercial) e Dr. Renato Vieira
Marques (Diretor Financeiro), a Cia Fabril Mascarenhas
consome nada menos que 250 toneladas de algodão/mês,
produzindo tecidos de primeiríssima qualidade que são
comercializados para o país e para o exterior, gerando a
empresa 1.200 empregos diretos (800 na fábrica e o restante
em mais duas empresas do grupo em Araçaí, Belo Horizonte e
na “Fazendinha”, em Curvelo, onde 80 mil litros de leite/mês
são entregues a Cooperativa de Curvelo.
O
presidente do Industrial, Athos, Junto do vice Aluízio,
passaram a enumerar também as pessoas e entidades outras que
trabalharam com o clube nesta conquista.
Além da Fábrica jamais poderíamos esquecer da
Prefeitura Municipal, através do Prefeito Adair Alves Rolla,
da Spedicar (João Monlevade), da Inpal – Indústria Química
(RJ) e da Quiminas (BH).
Tanto Aluízio como Athos, além de Paulo Andrade e Laércio
foram unânimes em apontar o imprescindível apoio da
comunidade alvinopolense como fator de destaque na conquista
do Industrial.
Segundo os dirigentes do clube, a cidade se uniu em torno do
Industrial apoiando decisivamente de todas as formas, desde o
carinho da torcida à confecção de bandeiras e aos aplausos
ao apoio material, já que o comércio local não deixou que o
clube gastasse nem com bolas.
Eles enalteceram o esforço da Liga Municipal de Desportos,
citando especialmente o trabalho do Dr. Décio, Dr. Wandeir e
Angelino Cardoso.
A história e
as glórias do Industrial
Prestes a
completar 50 anos, o Industrial leva para a cidade de
Alvinópolis o orgulhoso título de capital do futebol
regional.
O clube, que nasceu com sob
o estigma do integralismo da década de 30 carregando o nome
de “Anauê”, chamou-se pouco depois Operário para assumir
definitivamente o nome de Industrial no dia 1º
de maio de 1938, quando vinculou-se a Cia Fabril
Mascarenhas, portentosa indústria têxtil do município
alvinopolense.
Seu primeiro
presidente foi o Dr. Luiz Álvares da Silva, e nascia ali a
gloriosa caminhada do alvi-celeste.
Conta o secretário do clube, funcionário da Fabril, Paulo
Gonçalves Andrade, que a equipe nos primeiros anos de
fundação limitava-se a promover a integração pelo esporte e
á realização de amistosos, mesmo porque não existiam
entidades que promovessem os torneios.
Mais à frente – diz Paulo – o clube conseguiu feitos
memoráveis, como o tetra-campeonato promovido pela Liga de
Piracicaba. Lembra também de um jogo duríssimo do time contra o
Renascença, onde foi vencido por 1 a 0 no finalzinho, time
que, poucos dias antes, ganhara a Taça Belo
Horizonte em cima do Atlético. Para se ter uma idéia da
força do Renascença, uma semana depois a equipe foi ao Rio e
goleou o irresistível Flamengo.
Paulo Andrade lembrou também grandes nomes que atuaram na
equipe, como Nestor, Diogo, Quinzinho, Waldir, Zé Lúcio, Zé
Padeiro (tio do Morais que jogou no Cruzeiro) e tantos
outros que pintaram de vitórias e glórias a história do
clube que, hoje, bem estruturado, sobrevive graças aos
repasses de verba da Associação de Funcionários da Fabril e
contribuições de associados, possuindo uma excelente sede
social à Praça São Sebastião, construída pelo esforço do
próprio clube e reformada pela Fabril Mascarenhas, uma praça
de esportes e o estádio Paulo Mascarenhas, tendo ainda um
quadro de cerca de 300 associados, 50% destes funcionários
da indústria têxtil.
As
grandes datas comemoradas pelo clube são 1 de janeiro, 1 de
maio (fundação), 7 de outubro(Festa da Padroeira) e o
carnaval.
A atual
diretoria do clube é esta (1985) :
Presidente : Athos França Simões;
Vice-
Presidente, Aluízio Antônio A. Rodrigues;
Secretário: Paulo Gonçalves Andrade.
Diretor de futebol : José da Conceição Carvalho
(ex-atleta);
Tesoureiro : Laércio Cota
Diretor Social : Cosme Damião Chaves
 |
Time campeão de 1985.
Estádio Paulo Mascarenhas.
Em
pé : Melão, Sabará, Laércio, Didi, Maroca,
Jorginho, Nequinha, Cosme e Tó (Massagista).
Agachados : Adairim, Luiz, André, Carlinhos,
Piniquinho, Marquinhos, Tina e Bené.
Foto do acervo pessoal do Cosme. |
Estes são os
craques campeões do Industrial de Alvinópolis.
Piniquim –
Apontado pela crônica esportiva como o grande craque do
torneio, Geraldo Euclides Martins, de 27 anos, casado,
armador, além de ser artilheiro do regional da LMD com 12
gols, orgulha-se também de ser bicampeão, já que atuou ano
passado pelo Santacruzense. Ele é funcionário da Fabril, nas
funções de Encarregado de Produção. É natural de
Alvinópolis.
Luiz – Luiz
Henrique Carvalho, de 27 anos, casado, natural de
Alvinópolis, zagueiro. Atuou em todas as partidas e se
tornou Bicampeão, pois em 84 ganhou o título do regional
pela Santacruzense. É comerciante.
Jorginho –
Antônio Jorge Chaves tem 26 anos, é natural de Alvinópolis e
solteiro. Zagueiro e capitão da equipe, ele é formado em
Ciências Contábeis pela FACCO, de Ponte Nova, e trabalha no
Bradesco.
Maroca – Mauro
da Silva, armador de 28 anos, casado, também é natural de
Alvinópolis. Ele é técnico em eletricidade e trabalha na
Belgo Mineira, na cidade de João Monlevade.
Cosme – Vice
artilheiro da equipe, com 10 gols, Cosme Damião Chaves,
professor de Educação Física de 28 anos, sagrou também
Bicampeão. Ano passado ele foi o autor do gol que deu o
título ao Santacruzense. Cosme é natural de Alvinópolis e
formou-se pela UFV, em Viçosa.
Didi – O
armador Sebastião Cotta Alvernaz, de 23 anos, natural de
Alvinópolis, é quartanista de medicina pela Universidade
Federal de Minas Gerais em BH.
Dito – Rafael
Cotta Andrade, o Dito, tem 25 anos, é solteiro, atacante e
natural de Alvinópolis, onde é comerciante.
Wantuil – 33
anos, casado, armador, Wantuil Antonio dos Santos, que é
professor de Educação Física é um dos poucos do elenco que
não é natural de Alvinópolis. Ele nasceu em BH.
Nequinha –
Manoel Tenório Filho tem 25 anos, é natural de Itabira e
residente em Alvinópolis. Goleiro, atuou em todas as
partidas do campeonato. Foi também campeão ano passado pelo
Santacruzense. Ele é funcionário da Fabril, nas funções de
contra mestre de tecelagem.
Melão – Leonel
Cotta, de 24 anos, é goleiro, solteiro e natural de
Alvinópolis. Fazendeiro, é também funcionário da Fabril,
sendo contra mestre de tecelagem. É técnico em
contabilidade.
Laércio – O
lateral direito Laércio Cotta tem 27 anos é casado e natural
de Alvinópolis. Fazendeiro, é também funcionário da Fabril,
ocupando as funções de Almoxarife.
Sabará –
Geraldo Gonçalves dos Santos tem 34 anos, é solteiro e atual
nas duas laterais. É natural de Alvinópolis e trabalha na
Fabril como Auxiliar do depósito de fibras.
André – André
José de Andrade tem apenas 20 anos, é solteiro, natural de
Alvinópolis e joga no meio campo. Trabalha na Fabril como
Auxiliar de manutenção mecânica.
Tina – Vicente
Santana de Lima tem 22 anos, atua na ponta direita e é
natural de Alvinópolis. É funcionário da Fabril onde
trabalha como Auxiliar de manutenção.
Reginaldo –
Reginaldo Raimundo Pena tem 18 anos e é um dos mais novos
da equipe. È zagueiro natural de Santa Bárbara e trabalha na
Fabril. Foi aprovado recentemente em vestibular na Escola
Técnica do SENAI no Rio de Janeiro, para onde seguirá nos
próximos dias.
Ênio – Enio
José Fialho, tem 24 anos, é natural de Alvinópolis, solteiro
e atua na zaga. Técnico em contabilidade, é funcionário da
Fabril, atuando como contra mestre.
Zé Resende –
José Rezende de Faria tem 32 anos, é casado, natural de
Alvinópolis e atua de lateral esquerdo. É técnico em
contabilidade e funcionário da Fabril, onde atua como Caixa.
Este foi seu último torneio como atleta.
Juca – José
Carlos Bento tem 38 anos, é casado e o mais velho do time. O
armador, que é funcionário da Fabril como encarregado de
produção, encerrou a carreira com este título.
 |
A
rural Campeã passeou pelas ruas da cidade com o
troféu.
Foto : Acervo pessoal do Cosme. |
Marquinhos –
Marcos Valério Chaves tem 22 anos, é solteiro, irmão do
atacante Cosme e do zagueiro Jorginho, o atacante é natural
de Alvinópolis, onde trabalha na Fabril.
Também vai
para o Rio, estudar na escola técnica do SENAI.
Waltinho –
Walter Luiz Pereira tem 21 anos, é solteiro e natural de
Alvinópolis. O lateral também trabalha na Fabril, onde é
contra mestre de tecelagem. É técnico em contabilidade.
Branco – José
da Conceição Carvalho tem 35 anos, é casado e atuou na
primeiras partidas na zaga do Industrial. Em meio a
campeonato deixou os gramados e assumiu o posto de Diretor
Esportivo. Trabalha na Fabril na Estamparia. Esse
Alvinopolense era capitão do time antes do Jorginho.
Nô – Jésus
Martins da Silva tem 22 anos e nasceu em Alvinópolis. È
irmão do armador Piniquim. Trabalha na Fabril como auxiliar
de manutenção.
Ronaldo –
Ronaldo José dos Santos, alvinopolense de 22 anos é armador.
È técnico em contabilidade e trabalha na Fabril como
auxiliar de escritório.
Carlinhos –
Carlos Alberto Alves tem 19 anos, é solteiro e nasceu em
Alvinópolis. Ponteiro direito, é estreante em competições,
pois somente jogava o futebol de várzea. Pela primeira vez
calçou chuteiras e foi campeão. É uma das grandes revelações
do futebol do Industrial. Também trabalha na Fabril.
Técnico –
Adair Carvalho de Figueiredo – Veja matéria a parte.
Massagistas –
Antônio Miranda Mendes e José Ianarelli de Carvalho.
Símbolo da
torcida – A Sra. Odete Crepaldi Chaves, mãe dos atletas
Jorginho, Cosme e Marquinhos, ganhou o troféu de torcedora
número um, ofertado pelo presidente da Carpe, Aloísio
Vasconcelos.
A era do
Rádio - Rádio Visão de Ponte Nova
No Campeonato da Zona da Mata de 85, um fato que
realmente marcou a todos eram as transmissões dos jogos do
Industrial pela Rádio Visão de Ponte Nova.
Os jornalistas Marcos Dias e Luiz Quirino realizaram um
trabalho muito bacana, que deixava a cidade ligada,
principalmente nos jogos das fases finais.
Foi um marco para o esporte alvinopolense ouvir os atletas
do Industrial dando entrevistas, tal como os times
profissionais.
Na semana seguinte aos jogos, era aquela repercussão na
cidade, comentando os resultados, comentários e entrevistas
sobre o Industrial.
Jornal de
Ponte Nova – 11 a 17 de janeiro de 1986
Manchete
Esportiva :
Alvinópolis
festeja na chuva : Industrial é Campeão com goleada.
O forte
temporal que caiu sobre a cidade, quando faltavam cinco
minutos para o fim do jogo Industrial 4 x 0 Alumina, foi
mais um motivo para que os milhares de torcedores
continuassem os gritos de “Campeão” até o fim da partida,
quando o campo foi invadido e os atletas campeões foram
carregados em meio a uma euforia indescritível. Depois de
uma maratona de mais de meio semestre, o Campeonato Regional
de Futebol, promovido pela Liga Municipal de Desportos de
Ponte Nova, chegou ao fim em 5 de dezembro com o presidente
Décio de Abreu e Silva convidando os deputados Domingos
Lanna e José Santana a entregarem a taça de mais de meio
metro ao capitão Jorginho do Industrial.
O jogo foi
cercado de expectativas, porque bastava um empate para a
realização de uma outra partida, agora entre Industrial e
Juventus, para decidir o título. Se o Aluminas vencesse, o
Juventus seria o campeão. Mas, jogando em casa, o Industrial
só perdeu o meio de campo nos primeiros vinte minutos da
partida. Aos 28 minutos, o bandeirinha Narciso Carlos
Siqueira acusou impedimento de Cosme e o juiz Estáquio baião
anulou o que seria o primeiro gol do jogo. O time da casa
cresceu, mas o Aluminas ainda conseguiu marcar, através de
Wilson, já aos 38 minutos, só que o juiz marcou impedimento
do ataque de Ouro Preto. Um minuto depois, um bom ataque do
Industrial : Piniquim chutou na trave e no rebote, Maroca
marcou, sem chances de defesa para o goleiro Camilo.
No
segundo tempo, o Aluminas ensaiou nova pressão, mas já aos
11 minutos, Piniquim fez um golaço, recebendo um passe
preciso de Cosme; 2 x 0. Aos 26 minutos, Carlinhos arrancou
da intermediária, tocou para Piniquim, que deixou Cosme
apenas com a tarefa de deslocar o goleiro para marcar o
terceiro gol do Industrial. Mais seis minutos, num bate e
rebate dentro da área do Aluminas, um defensor tocou a mão
na bola : pênalty, bem cobrado por Piniquim, que fez seu 12°
tento, sagrando-se artilheiro do campeonato. Com 4 a 0 no
placar, o time da casa passou a tocar a bola aos gritos de
“olé” da torcida. Vários torcedores gritavam desesperados,
para que o time não fizesse mais gols, relembrando o
histórico placar de 4 a 0 frente ao Alvinopolense, rival da
cidade. Aos 40 minutos o massagista Tó não resistiu e entrou
em campo, sendo retirado pela polícia. Em seguida veio a
chuva e o Industrial só ficou aguardando o apito final do
árbitro Baião para iniciar a comemoração que varou a
madrugada adentro.
Ficha técnica
Industrial :
Técnico : Dairinho. Foi a campo com Nequinha, Jorginho, Luiz
Henrique, Laércio e Sabará; André, Piniquim e Maroca;
Carlinhos(Rafael), Cosme e Didi(Tina). Aluminas do técnico
Elói. Foi a campo com Camilo (Gilmar), Márcio, Ronaldo,
Paulo(Walmir) e Wilson; Petrônio, Fabinho e Ronaldo;
Juventino, Adair e Joaquim. Juiz : José Eustáquio Baião,
auxiliado por Narciso Carlos Siqueira e Pedro José Norberto.
Renda : CR$
7.147.000.
Este título
foi uma das maiores realizações do esporte alvinopolense.
No mês que vem
continuaremos a relatar a brilhante história do Industrial.
Um grande
abraço a todos os alvinopolenses.
José
Silvério de Carvalho e Gjunior.
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ou alvinews14@gmail.com