Futebol, queijo, Rapadura e Alkaseltzer.

Alvinópolis – Década de 60

Real Esporte Clube

 

José Silvério de Carvalho

 

Real Esporte Clube - 29/06/1962.

Zé Acácio(Técnico), Tiãozinho, Zé Couve, Duducho, Mário, Tataia, Zé Piula e Vidrilho(Presidente).

Agachados : Luiz Teieiro, Lourenço, Nestorada, Justiça e Paulo César.

Foto : Mauro Sérvulo

 

No ano de 1960 o lendário Sr. Orlando Lima encerrou a carreira de descobridor de craques para o Alvinopolense, o que a gente lamentou profundamente.

Eu, na qualidade de “Pupilo” do Sr. Orlando, tinha vontade de dar continuidade ao seu trabalho.

Assim, procurei o meu amigo e vizinho, Zé Acácio, que gostava tanto quanto eu do futebol, e o convidei para montarmos uma equipe infanto-juvenil.

O Zé Acácio aceitou o convite e nos reunimos para traçarmos os planos, nome do time, material esportivo, local de treinamentos e jogos.

Nesta época, o time mais famoso do mundo, juntamente com o Santos de Pelé, era o Real Madrid da Espanha.

Daí  chegamos a conclusão que o nome do time seria “Real Esporte Clube”, que ficou popularmente conhecido como o “Real de Zé Acácio”.

Ele era o técnico e eu o Presidente do time. Começamos a convidar e selecionar a garotada, com o objetivo de montar uma verdadeira máquina de jogar bola.

 

Na foto acima, vocês contemplam uma das formações do Real, mas o nosso time base era o seguinte :

- Mario, Tiãozinho e Fernando de Taninho, Dadico, Duducho e Teodoro. Zé Mariinha, Doca, Justiça, Lourenço e Ademir.

Os reservas, do mesmo nível dos titulares eram : Branco, Nivinho, Luiz Teieiro, Zé Couve, Nestorada, Juvenato, Josias, Trenim, Nono Pirrucha, Zé Teieiro, Zé Piula e Tataia.

 

O Real usava o campo do Industrial, gentilmente cedido pela sua Diretoria da época, mas não tinha vínculo com o Clube.

Nossos craques eram divididos entre o Alvinopolense e o Industrial, eterna tradição do futebol de Alvinópolis.

Não tinha adversário para o Real em Alvinópolis, assim começamos a jogar nas cidades vizinhas e distritos da nossa cidade.

Num domingo de muita festa, recebemos o convite para jogar no distrito do Gravatá.

Contratamos um caminhão, com assentos de madeira, enchemos de garotos e partimos para aquele distrito.

O Real, como de costume, jogou uma barbaridade e aplicou uma sonora goleada de 10 a 1.

Eu e o Zé Acácio tínhamos o hábito de após uma grande vitória, patrocinar para a garotada sanduíches de pão com salame e guaraná Antarctica à vontade.
Neste dia não foi diferente, após o jogo, chamei o Diretor de Esportes do Gravatá e lhe pedi a seguinte informação :

- Onde a gente encontra um boteco ou venda para aliviarmos a fome, que aquela altura era negra.

O rapaz, muito atencioso, informou que após a curva, afastado da estrada alguns metros, tinha a “Venda do Fiita”, comerciante conceituado naquelas bandas.

Chegamos ao local indicado e fui logo descendo para tomar as providências, já que passava do meio-dia e a galera estava esfomeada.

Pedi ao Sr. Fiita para preparar 22 sanduíches de pão com salame e Guaraná.

Imediatamente vem a resposta do Fiita.

- Não tem.

- E pão com lingüiça?

- Também não.

-Afinal, o que o senhor tem aí pra nos oferecer?

- Queijo, rapadura e alkaseltzer.

Como a opção era zero, pedi ao Sr. Fiita:

- Pica quatro queijos, quebra duas rapaduras e prepara 22 alkaseltzers.

 

 

Como dizia o famoso comentarista esportivo, da extinta TV Itacolomy e Rede Globo Minas, Fernando Sasso :

 

- “Navio que ta afundando atraca em qualquer porto.”

 

Um abraço a todos alvinopolenses.

José Silvério de Carvalho (Vidrilho)

Contato : alvinews14@gmail.com ou (31) 3495-2300