Após o café da
manhã, saímos do Hotel em Kusadasi e pegamos um ônibus em
direção ao Porto, para embarcarmos no navio que faria todo o
percurso. Em mim existia uma curiosidade muito grande, pois
já havia visto alguns navios, porém à distância, sem nunca
haver entrado em um. Tudo bem. Chegamos ao Porto. Para
iniciar, fizemos o "check-in" que se assemelha muito com o
do avião, com pequena diferença quanto ao despacho das
malas. Em seguida fomos em direção ao navio, até a porta de
embarque. E quando menos espero, estava diante dele, aquele
monstro com seus dez andares e um comprimento de 162 metros.
Nunca vi uma coisa
móvel tão grande assim na minha frente, a uns cinco metros
de mim. Quando tentei tirar sua primeira fotografia, recuei
uns cinqüenta metros mas a abertura do ângulo de minha
máquina não alcançava nem a metade de seu comprimento. Se eu
recuasse mais, edificações próximas se interporiam a mim e a
ele, acabando, assim, com o campo de visão. Então usei do
recurso de fotografá-lo num ângulo em diagonal, conseguindo
aproximar da realidade. Uma pessoa desavisada, que
conseguisse vê-lo num recuo de, por exemplo, cem metros,
pensaria tratar-se de um prédio de 10 andares com
comprimento de um quarteirão, se não fosse o seu "nariz"
afunilado, que caracteriza muito bem este tipo de
embarcação.
Bem, aguardamos a
hora de nele entrar. A rampa móvel de entrada estava no
nível do seu terceiro andar. Entramos. Carpetes coloridos e
muito bem limpos em todo aquele salão que de um lado estavam
os quatro elevadores e do outro as escadarias com pisos
também acarpetados e corrimãos e grades dourados. Subimos
para conhecer nosso camarote e nele esperarmos as malas que
seriam trazidas até as suas portas. Chegamos ao camarote e o
abrimos. Não perdia em qualidade e conforto para nenhum
apartamento de Hotel quatro ou cinco estrelas. Lá estavam,
na entrada, à direita o armário (guarda-roupas), à esquerda
o "toillet" completo, à frente a cama "king size", uma
poltrona, um sofá e uma mesa de centro, o frigobar, a TV
plasma, o ar condicionado, o cofre, etc., etc.
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Porto de
Kusadasi |
Nesse momento correu
a notícia de que as malas seriam entregues só dentro de 30
minutos. Não hesitei. Pegamos o elevador e logo estávamos no
seu terraço. Dali tivemos a visão de vários navios ancorados
próximo ao nosso, todos exageradamente grandes. A esta
altura eu já tinha em mãos o quê que ele disponibilizava aos
seus possíveis 1.200 passageiros: 480 camarotes de luxo,
três restaurantes sendo um "à la carte" e outro "self
service" no nono deck (nono andar) e outro "à la carte" no
oitavo andar, este com mais luxo, uma piscina no terraço,
biblioteca, sauna, sala de musculação, cassino, cinema,
boate, salão de convenção para 500 pessoas, também usado
para bailes, festas, "shows". Voltamos para o camarote. As
horas estavam passando e já se aproximava do meio-dia,
horário convencionado para, quem quisesse iniciar o almoço.
A essa altura, quase
todas minhas curiosidade já estavam esclarecidas, restando
uma que seria ver o "bicho" zarpar, para eu sentir como era
seu balanço e o quanto eu iria me enjoar, coisa que sempre
ouvi dizerem sobre viagem em navio. Deu 12:00 hs e ele
zarpou. Nada de balanço. Pensei: vou dar um prazo maior até
que ele pegue velocidade. Uma hora depois, nada de balanço.
Resumindo, você só vê que ele está andando se chegar na
janela pois vê o movimento da água que ele desloca. Em seu
interior é como se ele estivesse parado. Avião balança mais
do quê um navio. Acredito que embarcações menores sejam
menos estáveis. Iniciamos, então, a visita às Ilhas Gregas.
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Patmos |
Patmos - Essa
foi a primeira ilha a ser visitada. Ali viveu exilado São
João Evangelista, por 18 meses. Visitamos a caverna onde ele
se refugiava para orar e de onde ditou ao seu discípulo
Próchoros, no ano 95, o Apocalipse (revelação). Lá se vê a
pedra onde foram escritas as revelações e onde o santo tinha
o hábito de apoiar a cabeça. Existe uma rocha com uma fenda
onde São João ouvia a voz de Deus. Esta fenda é visível até
hoje, é dividida em três, representando a S.S. Trindade.
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Rhodes |
Rhodes - Ilha
cheia de belezas naturais bem como possuidora de uma
arquitetura inigualável. A cidade antiga se encontra dentro
das muralhas e onze portões dão acesso a ela. É considerada
como uma das mais belas cidades fortificadas e é Patrimônio
da Humanidade. O Colosso de Rhodes, uma das sete maravilhas
do mundo antigo, era a estátua do Deus-sol, que ficava na
entrada do Porto de Mandraki. Sucumbiu num terremoto.
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Creta |
Creta - é a
maior ilha da Grécia. Em Creta fizemos um "tour" por
Heraklion, capital da ilha e seguimos em direção às ruínas
do Palácio de Knossos (1900 a.C.), conhecido na mitologia
grega como o Palácio do Legendário Rei Minos, supostamente
construído pelo arquiteto Dédalos. Este palácio era também
conhecido como a Casa do Minotauro, figura legendária que,
literalmente comia as pessoas que se perdiam no labirinto
existente nos porões do palácio.
Resumo da Lenda: -
Minos pede ao deus dos mares, Poseidon, para ser rei.
Poseidon concorda desde que Minos sacrificasse um touro
muito bonito que sairia do mar. Minos, impressionado com a
beleza do touro, sacrifica outro touro qualquer, pensando
que Poseidon não perceberia. Poseidon ficou irado e castigou
o rei, fazendo com que sua esposa, Pasifae, se apaixonasse
pelo touro bonito. Ela ficou grávida, nascendo o Minotauro
com corpo de homem e cabeça e cauda de touro.
Com muito medo,
Minos mandou o arquiteto Dédalo fazer um gigante labirinto
no subsolo do palácio, para prender o animal. Após vencer
guerra contra atenienses - que mataram Androceu, filho de
Minos - o rei ordenou que todo ano fossem enviados de
Athenas sete moças e sete rapazes que seriam devorados pelo
Minotauro, dentro do labirinto. O herói grego Teseu
apresentou-se voluntariamente para matar o animal.
Ariadne, filha de
Mimos, apaixona-se pelo herói, lhe dá um novelo de lã para
ele amarrar na entrada do labirinto e ir desenrolando a
medida que andasse. Teseu, usando uma espada que ganhou de
Ariadne, matou o Minotauro e conseguiu sair, seguindo o fio
do novelo de lã.
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Santorini |
Santorini - A
ilha mais linda da Grécia. É uma ilha vulcânica colonizada
3.000 a.C., entrou em erupção em 1.450 a.C., bipartiu-se,
tomando a forma de uma lua crescente. Tinha o nome de Thira
no século VIII a.C. e o nome de Santorini veio depois em
homenagem à Santa Irene (Iríni, em grego). Santorini
continua deslumbrante com suas vilas brancas penduradas nos
penhascos vulcânicos. Quando a visitamos estava no
entardecer e o efeito do resto da claridade natural do dia,
misturado com a claridade das luzes artificiais nos postes e
nas lojas, mais o efeito oriundo da pintura de suas casas em
branco com tetos azuis, foi algo cinematográfico.
Como não há porto,
para nela chegarmos tivemos que fazer conexão do navio com
uma embarcação de pequeno porte até chegarmos ao pé da
montanha. Daí para frente teríamos que subir, a pé, uma
escada de 580 degraus, ou embarcarmos em lombos de mulas -
que também subiam pela escada - ou por um teleférico.
Optamos por este. Foi uma lástima que o tempo de visita a
ela foi muito pequeno em relação ao que ela tem de bonito a
ser visto. Diante de tanto envolvimento, de tanta distração,
quando menos esperávamos o navio deu o primeiro apito
advertindo sobre o tempo que se aproximava para o embarque.
E quando ele dá o último apito, quem não chegou, chegasse.
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Universidade de Athenas |
Athenas - O
navio nos deixou no Porto de Piraeus. Lá pegamos um ônibus
que levou-nos à antiga cidade de Corinto na qual tivemos a
oportunidade de visitar um museu arqueológico com um
sem-número de relíquias gregas e romanas. Vimos o famoso
Canal de Corinto, obra artificial iniciada por Nero no
século I, ligando o mar Egeu ao Jônico, visando encurtar uns
400 km de distância entre os mares. A obra não foi para
frente. No século XVII foi reiniciada, saindo do papel. O
comprimento do canal passa de 6 km.
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Acrópole
Athenas |
Após almoçarmos, no
mesmo ônibus regressamos a Athenas, onde fizemos um "tour"
pela cidade que é plana, muito expandida, tem, como em toda
a Grécia a pintura das edificações, predominantemente em
branco. Em censo recente registrou-se o número de 4 milhões
de habitantes. Lá visitamos o Estádio Olímpico onde é acesa
a tocha olímpica, por ocasião das olimpíadas. Em seguida
fomos à Acrópole, na qual, no século V a.C, por iniciativa
de Péricles, iniciaram-se várias construções dos Templos dos
Deuses, destacando-se a mais famosa que é o Parthenon, o
templo da Deusa Atena, protetora da cidade.
No dia seguinte
estivemos também no Museu da Acrópole. No centro histórico,
para se construir edificação nova, a autorização limita a
sua altura, para não impedir a visão que se tem da Acrópole
e do Parthenon.