Nas caminhadas com Pai,
que sempre faço em Alvinópolis, ouvi este caso do
Zózimo, que por já ter contado muitas histórias no
Alvinews, me chamou a atenção. Resolvi entrar em contato
com ele, para que me ajudasse a contar o caso e os
detalhes do ocorrido. Segundo Pai(Magela), na época,
eles brincaram bastante com o Zózimo à respeito.
Era o ano de 1.968 e Zózimo morava, em B.H, na casa de
D.Maria Turrer - Dona Maricas - à rua Grão Mogol,
240, apto 308, em seu tempo de estudante.
Como em Minas não existe praia, ele, a exemplo de
todos jovens, preenchia seu tempo de lazer frequentando
o Clube Recreativo Mineiro - antigo Clube dos Viajantes,
cuja atividade mais procurada era a praça de esporte e
sua imensa piscina.
Para essa prática necessitava de trajes próprios,
razão porque a Pompeia, na época sua namorada, no seu
aniversário o presenteou com um "short" McGrecor, que
lhe causou muita alegria, não só pelo carinho recebido,
mas também pela marca do produto que era na época marca
de grife, e continua o sendo até hoje.
Isto aconteceu no meio da semana, e ele não via a
hora de chegar o fim-de-semana para estreiar
(exibir?) o seu novo traje.
E o fim de semana chegou. Só que com ele também
chegou, de Alvinópolis, o genro de D.Maricas, o Repolês, e
família. No sábado, resolveu-se que todos deveriam ir
para o clube, diante o calorão que fazia.
Foi aí que o Repolês disse que havia esquecido de
trazer short e se alguém lhe emprestava um. O Zózimo
ficou caladinho no seu canto e o Fernando, em vez de se
colocar à disposição falou: "o Zózimo tem um novinho,
muito bacana".
Este ficou sem graça de negar, mas fez a seguinte
recomendação: trata-se de presente que ganhei, ainda nem
usei. Use-o com cuidado e devolva-me ainda hoje.
Bem, resumindo a história, o Repolês "cascou fora" para
Alvinópolis, levando o McGregor.
Em todas tentativas que o proprietário legal fez,
mandando recados, bilhetes, ameaças, a única resposta
era: "fala com ele para desistir, este ele não vê mais".
Restou então ao Zózimo, esmiuçar as malas toda vez que
eles voltassem a B.H., mas ladino que era o surrupiante,
em nenhuma delas levou a disputada veste.
Tendo o Zózimo ido visitar seus parentes em Alvinópolis,
encontrou-se casualmente com o Repolès, na rua, que
"sacanamente" lhe perguntou:
- "E aí Zózimo, está tudo bem?"
- "Ah, não está não. Estou com muita falta de short."
E o tempo foi passando.
Numa outra ida a Alvinópolis, ele "topou" com o Rafael -
irmão da Mariângela - que lhe informou que o Repolês
estava viajando de férias com a família e que ele
(Rafael), estava na casa, num "plantão" em nome da
segurança.
- Ôpa ! ! !
- O quê foi, zózimo?
- Não, não é nada.
Mal sabia o Rafa que acabara de lhe passar o mapa da
mina.
Íntimo da casa como era, simulou uma sede, pediu um copo
d'água e foi andando, abrindo uma porta aqui, uma gaveta
ali e, eis que de repente, não mais que de repente,
vejam lá, bem dependuradinho num cabide do banheiro o
seu saudoso e quase irrecuperável McGregor.
Em um segundo, sem o Rafa perceber, ele pulou do cabide
para uma bolsa à tira-colo que portava o Zózimo.
Numa proxíma ida a Alvinópolis repete-se cena anterior:
-Repolês: "E aí, tudo bem com você?
-Zózimo: "Agora está . A short voltou toda. Agora, eu
ouvi um zum-zum por aí que você é que está numa falta
de short danada, né?
E Zózimo, como sempre um tremendo gozador, ainda disse:
"...mas não se preocupe não. Na próxima vez que quiser
ir ao clube, você veste duas cuecas samba-canção, uma
pra trás e outra pra frente"