Sem Pai nem
Mãe
Josué Serôa da
Motta Sobrinho
Acreditamos
que a motivação dos escritores para escrever repousa em duas premissas: vaidade
e solidão. A primeira é fácil de explicar, porém a segunda se estriba na
procura da aceitação, no Colégio Invisível onde suas idéias poderão ser lidas e
discutidas, angariando assim simpatizantes ou antipatizantes e desta forma,
reforçando também a primeira premissa.
Atualmente
o assunto em pauta se refere às eleições, páginas e páginas serão escritas para
apresentarem opiniões sobre os candidatos, suas virtudes e seus defeitos. E é
exatamente sobre este tema que iremos escrever.
Temos
observado o crescimento da influência dos marketeiros
nas campanhas eleitorais, pagos regiamente para influenciar o voto dos
cidadãos, utilizando de técnicas subliminares para conduzi-los nesta ou naquela
direção. Uma delas é a da crença do infantilismo do povo brasileiro, que
precisa de um pai e de uma mãe para conduzi-los pela vida, daí a apresentação
dos “pais dos pobres”, ou do “pai da nação” e até mesmo a “mãe do PAC”.
Para
eles é necessária a intervenção dos mesmos para garantir uma bolsa família, um
emprego público ou qualquer outra benesse, sem que haja nenhum esforço do
cidadão para conseguí-lo.
Por
outro lado a visão do Contrato Social que deveria existir entre os brasileiros
e o Estado é completamente ignorada. Damos os votos aos políticos para que nos
representem naquilo que julgamos essencial, como a garantia da nossa segurança,
da nossa saúde, da nossa educação e não é isto que vemos.
Os
cargos públicos tornaram-se meios de enriquecimento e vantagens pessoais, somos
bem colocados na questão da economia mundial, mas o nosso IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano) a nível internacional deixa muito a desejar; as nossas
diferenças regionais são gritantes; o nosso saneamento básico uma vergonha; a
nossa segurança nem se fala, haja vista as mortes causadas por acidentes nas
estradas e nos crimes praticados contra os cidadãos em nosso país; os hospitais
públicos sempre mal equipados e com péssima qualidade de atendimento; as nossas
escolas produzindo, em massa, analfabetos funcionais sendo internacionalmente
classificadas como uma das piores; as nossas leis anacrônicas privilegiando
sempre os contraventores em detrimento da sociedade, gerando uma justiça lenta
e pouco confiável.
Existe
uma frase que diz mais ou menos assim: Senhor que eu aceite
as coisas que não possa mudar que tenha coragem de mudar aquilo que eu possa e
que me dê a sua sabedoria de sabê-las distinguir. Esta é uma assertiva
que teremos de praticá-la.
Está
é a hora de separarmos o joio do trigo, de exercermos o nosso livre arbítrio na
hora do voto em prol do nosso país e não em vantagens pessoais.
Com
a palavra as urnas.
Josué Serôa da Motta Sobrinho
Engenheiro Agrônomo Aposentado
Curso de Mestrado em Sociologia Rural
Contato :
josueseroa@planetarium.com.br