MARCOS MARTINO - MÚSICA ALÉM DOS HORIZONTES

 

Neste mês a entrevista será com o autodidata

Marcos Martino.

 

Músico, jornalista, poeta e filho da nossa querida Alvinópolis.

Na expectativa de “acordar” as lideranças  para o momento cultural crítico por que passa a nossa terra, seguem as palavras de um amante da arte, exemplo para os filhos da terra.

 

Interesse pela música.

Como tudo começou...

Meu primeiro contato com a música foi assistindo aos ensaios do conjunto “Os Heltons”, na garagem do meu tio Tutúia, na rua de Cima. Meus tios Babucho e Tutúia foram minhas primeiras influências musicais...referências mesmo. Já dos Italianos, peguei um pouco da verve revolucionária..

 Você acha que as bandas de música (em Alvinópolis haviam 2 bandas de música) ajudaram no desenvolvimento e interesse do pessoal pela música? Porque você nunca quis participar das bandas?

As bandas também foram uma referência. sempre gostei muito dos dobrados e tive convivência com muitos músicos da banda, chegando inclusive a viajar com a banda Santo Antônio para um encontro de bandas em Ipatinga. Acho até uma sacanagem o pessoal das bandas ter sido excluído dos carnavais. Sinto falta da furiosa nos carnavais de hoje. Eu nunca participei porquê desde o início de minha vida musical, sempre estive envolvido com o pessoal dos conjuntos de baile ( 007, Morcegos, Heltons) e com os festivais. Não me esqueço do Chico de Ná(antigo maestro da Banda Santo Antônio) e acho que o sopro mais bonito que ouvi até hoje é o de Júlio Papa.

Festivais de Música em Alvinópolis

 Quando aconteceu o 1º Festival em Alvinópolis, minhas primas Maria e Conceição me falaram de como foi bacana, dos compositores, do clima.

No ano seguinte, fui assistir e fiquei entusiasmado com a possibilidade de fazer minhas próprias músicas. Comecei a compor sem parar.

O próximo passo foi participar como compositor. Quem defendeu a minha primeira música, chamada O NAVEGADOR..., foi o saudoso Jorge de Nêgo acompanhado pelos Heltons. Ficamos em 4o Lugar num festival muito forte.

Com o estímulo do prêmio conquistado, resolvi chamar alguns amigos talentosos e montamos o Verde Terra.

 

 

VERDE TERRA

 

É preciso contar que antes de chegarmos ao nome VERDE TERRA, tivemos ainda um nome muito engraçado: OS INVASORES 200L, por causa de um filme que passava na época. Na verdade era para se chamar INVASORES 2001, mas o cara que pintou as camisas errou e ficou 200L. Deixamos assim mesmo pois não tínhamos dinheiro para comprar outras camisas. Todo mundo perguntava: mas o que quer dizer esse 200L? Depois. Resolvemos mudar o nome, pois começaram a nos chamar de INVASORES DE CHURRASCO, pois éramos convidados para todos.

Em seguida... o Carlinhos Gipão, irmão de Ricardão e um dos integrantes da banda, sugeriu o nome VERDE TERRA. Todos gostaram, pois o nome combinava com Alvinópolis, uma cidade que ainda conservava o verde...e numa perspectiva maior, com a proposta de um planeta verde, de uma verde terra.

As nossas maiores influências foram a Banda de Pau e Corda e o Quinteto Violado, além de outros artistas que ouvíamos muito, como Geraldo Vandré, Sá e Guarabyra e outros.

 

 

VERDE TERRA – JUNHO DE 1983  -

Ricardão, Joãozinho, Manoel, Dico, Marcos,Ronaldinho, Rogério.

 

Trajetória do Verde Terra

 

Em nossa primeira participação em Festivais em Alvinópolis, ficamos em 3º lugar com a música “Nós, os Loucos”. Daí em diante não paramos mais. Fomos a J.Monlevade e faturamos o festival de lá com a música’Interior”, com mais de 5.000 presentes. Depois, ganhamos em Itabira, Caratinga, Congonhas, Bela Vista, S.Pedro dos Ferros, Caeté, Nova Era, etc.

 

Fato pitoresco ocorrido durante as participações em vários festivais.

Foram vários fatos que dariam um livro, que alías o Neo Gemini tem grande parte escrito.

O primeiro festival que participamos fora de Alvinópolis foi em Caratinga. Pense bem : um bando de Alvinopolenses, onde a maioria nunca havia saído de Alvinópolis, iria se apresentar no maior cine teatro de Minas Gerais, o Cine Itaúna, com capacidade para 3500 pessoas. No dia da passagem de som, subimos ao palco e fomos recebidos por um sujeito mal humorado, que só ficava lustrando uma bateria. Ele nos disse pra passar o som mas que não tocássemos na bateria, que era importada e que ele havia comprado naquela semana. Na passagem de som, tudo bem...mas à noite na hora da apresentação, quando nos preparávamos para tocar, o Neo Gemini se postou do lado da bateria e não deu outra...na música "nós, os loucos"( que inclusive ganhou o segundo lugar) ele tocava sino...e ele deixou cair aquele sino de uns 15 kilos em cima da bateria do sujeito, furando a pelo do surdo. Estréia acidentada não?

 

 

VERDE TERRA EM ESTÚDIO - Jovelino, Joãozinho,Marcos, Ronaldinho

Havia uma música do Verde Terra que fez o maior sucesso, em que o Ricardão dava uma grande risada. Ela ficou marcada, AFC lotado, e para este que edita a entrevista, adolescente na época, lembra um ambiente inesquecível, lembrando filmes de terror. De onde veio a inspiração para aquela música.

Aquela música era “festa macabra”. Na verdade, a música nasceu porquê morávamos perto do cemitério e o Verde Terra se reunia sempre na esquina do Chiquito, onde sempre havia alguém contando histórias de assombração...coisas que a galera de hoje não tem mais.

O ambiente dos festivais, por um lado era uma grande curtição, uma grande festa. Naquele tempo, não tínhamos nenhuma ambição que não fosse nos divertir e levar o nome de Alvinópolis por todo o estado.

 

O que realmente aconteceu com o Verde Terra em relação ao festival de Boa Esperança? ( maior festival de Minas até os dias de hoje onde o Verde Terra classificou 4 músicas)

Na verdade acabou que não pudemos ir, pois pintou um compromisso inadiável.

 

Você foi fazer locução de futebol ?

Na ocasião me convidaram para ser  locutor em duas folclóricas partidas entre Alvinopolense e Industrial. Na primeira, no campo do industrial, ficou 1x1....e na segunda, aconteceu aquele histórico 3x1 para o Alvinopolense, quando fizemos um engraçadíssimo "bola na área" com personalidades dos dois lados. Na ocasião, o clima estava tão pesado que houve até ameaça de morte. O interessante é que gravamos o jogo e fiz a narração de forma imparcial . No final todos acharam que eu estava torcendo contra o seu time. Tive muito prazer em fazer parte dessa página da história do esporte de Alvinópolis.

 

Lembrança dos bons tempos.



 

 Para registrar todos esses bons momentos fizemos o disco “Nós os loucos”, que foi registro de uma época e o fechamento de um ciclo.Após o lançamento do disco, mudei-me para Belo Horizonte, outros integrantes seguiram seus caminhos e o Verde Terra não mais tocou.

 

 

 

FESTIVAIS DE ALVINÓPOLIS HOJE 

 

Os festivais são muito importantes e com muito trabalho, conseguimos reerguê-lo após um certo declínio. Uma cidade não pode perder as referências culturais tão facilmente.

A realidade é a seguinte: fazer o festival de julho já é uma iniciativa heróica, pois é muito difícil conseguir patrocínio. Para se ter uma idéia, é um evento que sai mais ou menos por 18.000 reais, e sejamos realistas: Alvinópolis não tem empresas com cacife suficiente para bancar um evento como esse. Quem pode(patrocinadores), prefere ficar de fora, por motivos políticos ou mesmo por julgar não obter nenhum retorno. Com isso o Festival fica dependente e vinculado a Prefeitura e a política vigente. Valorizar essa tradição depende muito dos nossos governantes.

 

Com a inserção do pop rock no Festival de Alvinópolis . alguns falam na descaracterização do mesmo. Você não acha que deveriámos criar um espaço somente para o mesmo? Seria imcompatível pela falta de patrocínio?

Seria interessante, mas realmente não acho que seria viável economicamente.
No ano passado, fizemos o primeiro Festival de pop rock no Castelo de Edmar Carvalho. Foi muito bacana, mas ainda é um projeto embrionário.

 

Hoje em Alvinópolis, está acontecendo uma explosão de bandas de pop rock. Um dos grandes responsàveis por isso é o seu irmão Rogério Martino. Você contribui de alguma forma, já que este é um trabalho social de grande valor.

O Rogério é um grande músico, tem um grande poder aglutinador, além de uma grande facilidade para ensinar. É muito amigo dos jovens, sempre se mantém atualizado. Acho que vai ser jovem o resto da vida. Merece até um maior reconhecimento por parte dos meios oficiais da cidade.

 

Por você ser um expressivo artista da terra, referência para muitos, não acha que o número de apresentações em Alvinópolis é pequeno? Poderia servir de ajuda para muitos daqueles que estão começando a caminhada na música?

Em primeiro lugar, acho que Alvinópolis têm muitas referências. Pra quem não sabe, Agepê é da terra e nunca mereceu uma homenagem da cidade. Tem ainda a Márcia Prímola, que conseguiu vencer muitas fronteiras e se afirmar no estado. Pra dizer a verdade, tem aquele negócio de "santo de casa". Tô com idéia de voltar pra estrada.

Se for conveniente,se houver clima, porquê não?

Você está otimista com a cultura alvinopolense?

 

Precisamos dar nosso crédito de confiança. A cultura é subvalorizada em todo país. Numa nação em que as carências materiais são tão profundas, acabam os investimentos em cultura sendo bem menores. É preciso entender que a cultura não se faz apenas com eucalipto, bois e shampoo. A cultura se faz de memórias, de história. A cultura Alvinopolense é muito rica. Tivemos valorosos Alvinopolenses no passado, temos valorosos Alvinopolenses espalhados pelo planeta...e vamos por aí Alvinopolizando o mundo.

 

 

NOVA FASE EM BH – A REPÚBLICA DOS ANJOS

 

Após a época do Verde Terra, me mudei pra Belo Horizonte.Nesta nova fase, continuei compondo e me juntei a músicos fantásticos para formar a banda de rock República dos Anjos.                                  Tudo começou quando o baterista carioca Ricardo Simões conheceu Marcos Martino, um rapaz do interior de Minas (Alvinópolis-MG) que só conhecia MPB Regional e festivais de música. Simões, de formação jazzistica, aplicou tanto som na cabeça do atônito "capiau", que logo o "sujeitim" se mudou pra BH.
 

Foi aí que pintou de Marcos ir morar na República dos Anjos, um apartamento alugado por estudantes Alvinopolenses na Av. Pedro II. Marcos e Simões começaram a formação de uma banda. Foi nessa procura de craques pra jogar no time que Simões puxou assunto com um colega de conservatório que estudava violino, mas que trazia consigo um certo "pedalzinho de guitarra" e ficou sabendo que o sujeito também era guitarrista. Convidado para um teste, aquele rapaz (Guilherme) que tinha apenas 15 anos barbarizou e tornou-se o terceiro elemento.

A escolha do nome foi um dilema. Todos ficaram bolando nomes mirabolantes, até que alguém sugeriu o óbvio: - Porquê vocês não colocam "REPÚBLICA DOS ANJOS" ??? Aliás, é importante ressaltar que duas pessoas foram fundamentais para a escolha do nome: Tião e Marquinhos de Gelta, que foram os primeiros a dar a sugestão.

 

 No início a banda era composta por 7 elementos, mas com o tempo chegou à sua formação atual com, Marcos Martino (vocal, letras e violão), Ricardo Simões (bateria) e Guilherme Fonseca (guitarra), contando com o apôio de vários anjos voluntários.
 

O Anjos desenvolvem um trabalho próprio, utilizando-se de uma linguagem ROCK, incorporando elementos de funk, blues e o escambau... nas letras, pitadas de humor, erotismo, filosofia e romance.

CD Lançado pelo República dos Anjos, lançado com várias críticas positivas em diversos orgãos da imprensa mineira. Inúmeros shows foram realizados. A partir deste cd o República ficou marcado pela qualidade da música e dos músicos.

Muita gente acha que o República acabou, mas estamos trabalhando no próximo CD. Já temos duas músicas novas pre-produzidas. Também tenho projetos para um CD solo e com todas as canções do Verde Terra, o que já está sendo trabalhado.

Hoje em dia, o guitarrista do república dos anjos, Guilherme Fonseca, está tocando com Sandy e Júnior, participando do que há de melhor na música brasileira. Muitas experiências novas estão sendo vividas e espero que no futuro isso possa trazer muitos benefícios nas influências do República

 

Você sabe que muita gente prefere o seu lado MPB... principalmente o pessoal da Alvinópolis. O quê você acha disso?

 Eu entendo o sentimento...afinal, a maioria do pessoal do VerdeTerra era de Alvinópolis. Além do mais, o estilo regional do Verde Terra também agradava mais ao pessoal do interior. Não acho que a mudança para o rock tenha sido tão profunda assim. No conteúdo das letras, o Verde Terra trabalhava temas políticos, protestava contra as injustiças...

 Comente um pouco do seu lado poeta, com livros publicados, e também a parceria com o Neo Gemini e outros.

Todas as minhas publicações foram pelo engenho do nosso Neo Gemini, um multihomem, que faz zilhões de coisas ao mesmo tempo. Minhas poesias e letras de músicas saíram publicadas em coletâneas idealizadas pelo Neo. Mais recentemente, fui citado na Antologia Alvinopolense organizada pela Nita Terrôla e pelo José Afrânio Moreira Duarte, maior nome da literatura alvinopolense. Quanto as minhas parcerias musicais, tenho a honra de estabelecer parcerias com grandes músicos como Rodolfo Mendes, Cláudio Faria ( tecladista que toca com Beto Guedes), Adriano Campagnani ( um dos maiores baixistas do Brasil) e com meu companheiro de República dos Anjos, Guilherme Fonseca.

 

Qual o sentimento você tem ao passar pelo Colégio Cândido Gomes, local onde você estudou, e ver uma das letras de suas músicas ali escritas?

É um sentimento muito bacana. Sou muito grato a Alvinópolis como um todo, mas o Colégio Cândido Gomes me enche de orgulho. Como esquecer dos professores de minha geração, como Zé Mauro, Rômulo, Silverão, Nita, Xandoca, Maria Gonçalves, Paulo Andrade, Clebinha, Clara, Aquiles, Repolês e de pessoas como Amir, meu tio Tutuia, Zé Jucazim. São pessoas que a gente leva para a vida inteira. Quanto a poesia no muro, trata-se de uma verdade...se um dia a vida me permitir, volto para Alvinópolis.

 

Você não se considera meio distante, afastado de Alvinópolis?

 Como vou afastar Alvinópolis de mim se levo ela comigo? Quando fecho os olhos à noite, ouço os sinos da matriz...adeus marinha...e bambas do gaspar.

Como grande letrista e músico que é , você nunca tentou emplacar uma composição com um grande intérprete da mpb? Como é feito pelo Chico Amaral, Fernando Brant, Chico César, Peninha,etc.

Na verdade nunca tentei. Aconteceu o seguinte: após a gravação do disco do República, fiquei bastante decepcionado com o mundo da música e dos espetáculos. O disco do República foi muito bem recebido pela crítica especializada, mas não conseguíamos tocar em rádios, a não ser as do interior. Descobrimos a mais cruel das realidades: a indústria dos jabás. Hoje em dia, uma banda pra fazer sucesso tem de tocar de forma massiva nas rádios da capital, principalmente no Rio e São Paulo.
Você tem de pagar uma grana preta pra tocar nessas rádios.
Tenho novos projetos musicais e não descarto a possibilidade de começar a passar músicas para grandes intérpretes. A música Do outro lado do espelho, por exemplo, já foi gravada em 4 cds diferentes.

E a Pirataria no mundo fonográfico?


Vejo como um paradigma que se quebra...e os grandes prejudicados acabam sendo os artistas, pois as grandes gravadoras, em sua maioria, também são fabricantes de cds, e ganham até na venda de cds virgens para os piratas. De qualquer maneira, todos saem perdendo alguma coisa.
A pirataria não acontece em todos os países. No Canadá, por exemplo, existe uma legislação rigorososa, assim como nos Estados Unidos(países desenvolvidos). Já em países como o Brasil, punir a pirataria seria colocar no desemprego e na marginalidade pelo menos 2.000.000 de pessoas. Ou seja, os corsários vão continuar pilhando os artistas. Os pequenos selos e gravadoras menores tinham a esperança da redenção nos dvds, mas os piratas também já estão operando com desenvoltura na área. Acho sinceramente que a solução acabará sendo a internet, como forma de venda direta ou mesmo com a disponibilização gratuita de músicas, assim como acontece com o sistema operacional  LINUX.(concorrente do Windows).
Alguns artistas não tão presentes na mídia, como Sideral(que já esteve em alta) e Bauxita ( com sua nova banda código B, já são pirateados. Os artistas acabam dependendo exclusivamente da venda de shows. Para que se tenha uma idéia, mais de 70% dos discos vendidos no Brasil hoje são piratas


Você nunca pensou num show acústico pra lembrar as velhas músicas do Verde Terra e incorporar outras do cd do República?


Companheiros do Verde Terra como Jovelino e Neo Gemini estão trabalhando num projeto para gravar um cd com essas músicas. Isso eu acho válido, mas como registro de uma época.

Hoje em dia

Nos últimos tempos me especializei na produção de jingles e trilhas musicais e posteriormente na criação de roteiros para vts, institucionais e campanhas políticas, principalmente em parceria com Baiano e Paulinho da Filmavídeo. Também trabalho com produção musical de cds para outros artistas.

 

QUAL MENSAGEM VOCÊ DEIXARIA AOS JOVENS ARTISTAS ALVINOPOLENSES?

 

Que leiam muito, vejam muitos filmes, pesquisem bastante na Net, montem suas bandas, expressem seu sentimento, participem do festival, amem sua aldeia, levem sua aldeia pelo mundo, lutem pela sua bandeira, saiam da toca, amem.

 

Alguma mensagem final? 

Quero apenas deixar meu contato e agradecer a ALVINEWS pela oportunidade.

 

Marcos Martino 

Martinonews@ig.com.br

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34261000 ( Filmavídeo)

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